O WME Awards By Music2! é feito para reconhecer a atuação de mulheres no cenário da música brasileira. E sabemos o quanto é mutante e dinâmico este universo e como novas formas de expressão surgem diariamente com essas potências femininas emergentes.
Por isso, na 6ª edição da premiação, lançamos uma parceria inédita com o Instagram para a criação da categoria Manas For Reels! Pela primeira vez na história do WME, as indicadas serão selecionadas a partir de um reel.
As inscrições estão abertas de 27 de outubro a 16 de novembro.
Para se inscrever, publique um Reel autoral de forma pública no Instagram, preencha o formulário e engaje a sua comunidade. Os vídeos deverão ter de 15 a 90 segundos e na legenda é obrigatória a hashtag #ManasForReels. Os 20 Reels com o maior número de curtidas e comentários serão selecionados. A partir desta seleção, a diretoria do WME escolherá as cinco finalistas da categoria, que estarão presentes no palco no dia do evento, quando a vencedora será anunciada.
A diretoria do WME terá como critérios principais a criatividade usada nos vídeos e a qualidade musical. Portanto, vale tudo: lipsync, dança, batuque da música preferida, entre outros. O importante é produzir um conteúdo com personalidade, aproveitando as diversas possibilidades de criação do Reels do Instagram.
Importante: o engajamento deve ser orgânico, ou seja, não é permitido o impulsionamento ou nenhum tipo de mídia paga relacionada, ok?!
Você também pode usar o filtro do #ManasForReels, disponível no instagram do WME.
Se joga na criatividade. A gente se vê no dia 21 de dezembro, na grande noite da premiação.
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WME Conference
Vem aí: WME Conference Unreal – a 5ª edição da WME Conference
Criado por Claudia Assef e Monique Dardenne, o WME, plataforma dedicada inteiramente às mulheres da indústria da música, completa 5 anos em 2021. Iniciando as celebrações, a 5ª edição da WME Conference chega com novidades: agora com uma edição WME Conference Unreal, que conecta o mundo real com o irreal, aproximando o presente e o futuro, ao alcance de todo o Brasil e do mundo, realizada de forma híbrida e com novas atrações.
A programação que antes já era potente com oficinas, painéis e shows, agora amplia ainda mais com pitches, masterclasses e rodadas de negócios.
Mulheres excepcionais do mundo da música passaram e passam pelas edições e palcos da conferência, e mantendo a tradição de madrinhas das edições, nesta, temos a honra de ter Fernanda Abreu, carioca da gema e multiartista!
SALVE A DATA: WME Conference Unreal acontece nos dias 18, 19 e 20 de junho.
Ingressos disponíveis aqui. Faça parte e se conecte com outras profissionais na conferência que protagoniza a mulher no mercado da música. Acesse a plataforma exclusiva WME Conference Unreal aqui.
Para continuar acompanhando, siga e ative as notificações das redes sociais do WME:
No dia 8 de dezembro pudemos comprovar que a alegria e vontade de celebrar consegue superar a distância e nos une cada vez mais. Com transmissão exclusiva feita nas redes sociais e canal da TNT Brasil pelo segundo ano consecutivo, a quarta edição do WME Awards By Music2!, o primeiro prêmio de música dedicado às mulheres, em edição histórica com mais de 1500 indicações de mulheres profissionais da música de diversas regiões do país e categorias novas, homenageou as cantoras Alcione e Elis Regina.
Pepita, Magá Moura e Letticia Munniz fizeram o esquenta WME enquanto Preta Gil e Karol Conká comandaram a festa. E mesmo com equipe super reduzida devido ao cumprimento do distanciamento social, nosso tapete vermelho teve presenças ilustres de Tássia Reis, Eliana Pittman, Luísa Sonza, Agnes Nunes, Majur, Bruna Louise, entre muitas outras que brilharam demais na premiação.
Com atualizações pontuais e necessárias, Maria Gadú, Tulipa Ruiz e As Baías abriram a noite poderosa cantando ‘Velha Roupa Colorida’, famosa composição de Belchior interpretada por Elis Regina. A segunda apresentação ficou por conta de Luísa Sonza, que além de incentivar mais mulheres a estarem em posicionamentos diversos nas carreiras profissionais, veio com tudo cantando ‘Braba’ e ‘Toma’. E por falar em ‘braba’, MC Rebecca e Karol Conká, artistas incríveis que se conheceram em uma das edições do WME Awards By Music2! chegaram chegando ao som de ‘A Preta é Braba’, nova música de parceria.
Após os shows que fizeram todo mundo em casa arrastar os móveis pra dançar, Lan Lanh, a percussionista e representante deste ano na categoria de Instrumentista trouxe um dado super importante e positivo para a indústria da música: nos últimos anos houve um aumento no número de mulheres musicistas profissionais aqui no Brasil. Mais um motivo para nós comemorarmos!
Mesmo de longe e fã declarada, Daniela Mercury realizou uma apresentação emocionante homenageando Elis Regina. Logo após, Tainá Costa, MC Mari, Lara Silva e Mila formaram o quarteto do funk cantando seus hits mais famosos e empoderados. Souto MC e Drik Barbosa trouxeram palavras ritmadas de resiliência e resistência com auxílio luxuoso da DJ Vivian Marques nos toca-discos. Em seguida, ‘Pagú’, famosa música composta e interpretada por Rita Lee e Zélia Duncan, que no palco WME ganhou vida nas vozes de Majur e Agnes Nunes. Assim como começou, a premiação terminou maravilhosamente bem com a apresentação de mais um quarteto fantástico: as lobas Eliana Pittman, MC Tha, Tássia Reis e Preta Gil cantaram ‘Não deixe o samba morrer’, música de grande sucesso na voz da rainha Alcione. Todas as apresentações foram acompanhadas pela banda formada especialmente para o WME Awards (Natália Ferlin na guitarra, no baixo Lana Ferreira, Sivanny Sivuca na bateria, na percussão Carol Oliveira, Tamima Brasil, no cavaquinho Dessa Brandão e no teclado Aline Falcão) sob direção musical de Monica Agena.
Com categorias novas, 17 mulheres levaram os troféus para casa, entre elas, Luedji Luna, Elza Soares, Waleria Leão e Ana Frango Elétrico. Confira abaixo a lista completa das profissionais que estão representando suas categorias neste ano:
CATEGORIAS – VOTO POPULAR
Álbum
Daniela Mercury – Perfume
Lexa – Lexa
Jup do Bairro – Corpo Sem Juízo
Mahmundi – Mundo Novo
Vencedora: Luedji Luna – Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água
Cantora
Marília Mendonça
Anitta
Luedji Luna
Luísa Sonza
Vencedora: Elza Soares
DJ
Mílian Dolla
Lys Ventura
Tata Ogan
Eli Iwasa
Vencedora: Tamy Reis
Live Musical
Solange e Márcia Felipe
Maarília Mendonça
Ivete Sangalo
Luísa Sonza
Vencedoras: Simone e Simaria
Música Alternativa
Ju Strassacapa – Duas Águas
Luedji Luna – Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água
As Baías, Cleo – Você é do Mal
Letrux – Déjà Vu Frenesi
Vencedora: Drik Barbosa & ÀTTØØXXÁ – Tentação
Música Mainstream
Anitta feat. Cardi B & Myke Towers – Me Gusta
Mila e Mc Jottapê – O amor que tu perdeu
Manu Gavassi & Glória Groove – Deve ser horrível dormir sem mim
Giulia Be – Menina Solta
Vencedora: Luísa Sonza – Braba
Revelação
Souto MC
Carol & Vitória
Agnes Nunes
Jup do Bairro
Vencedora: Tainá Costa
Videoclipe
Céu – Corpocontinente
Tássia Reis – Dollar Euro feat Monna Brutal
Anitta, Lexa, Luísa feat Mc Rebecca – Combathy
Luísa Sonza – Braba
Vencedora: Manu Gavassi & Glória Groove – Deve ser horrível dormir sem mim
No dia 8 de dezembro, celebraremos a música em um contexto totalmente feminino, na 4ª edição do WME Awards By Music2!, o primeiro prêmio de música dedicado às mulheres, criado por Claudia Assef, Fátima Pissarra e Monique Dardenne. A apresentação acontece no Auditório do Ibirapuera, sob o comando de Preta Gil – que este ano terá a companhia de Karol Conka na apresentação – pela quarta vez e com transmissão exclusiva pela TNT, o canal das premiações, consolidando o segundo ano consecutivo de parceria.
Em 2020, foram mais de 1500 indicações de profissionais da música espalhadas pelo país para concorrer aos prêmios em 17 categorias, divididas entre júri técnico e voto popular. Em edições anteriores já passaram pelo palco da premiação artistas como Daniela Mercury, Pitty, Luísa Sonza, Paula Lima, Fernanda Abreu, Tulipa Ruiz, Anelis Assumpção, Luedji Luna, Elza Soares, Karol Conka, Duda Beat, Tiê, Tássia Reis e Flora Matos, Ana Cañas, entre muitas outras.
As homenageadas deste ano são ninguém mais, ninguém menos que Alcione e Elis Regina, verdadeiros diamantes da música brasileira que sempre estiveram muito à frente de seu tempo, nos fazendo lembrar que a arte por si só já é um ato político e de resistência e que nós, mulheres, fazemos tudo acontecer em cima e fora dos palcos, pois somos plurais e inspiradoras, somos arte, somos força de expressão. Nós somos a música.
Mais do que nunca, este ano está comprovando que sem trilha sonora teríamos um verdadeiro hiato em nossas vidas. Do clássico ao 150 bpm, do brega ao jazz, do eletrônico ao samba e mpb, cada gênero musical contribui para a percepção que temos do que é a música em seus mais diversos gêneros e estilos. Sem dúvidas nossas vidas não seriam a mesma coisa se a música não existisse. Por isso, celebraremos juntes no dia 8 de dezembro! Vem somar com a gente!
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WME Conference
WME Conference RMX: confira a programação completa e garanta o seu ingresso
Com formato híbrido, a WME Conference RMX entra na Casa Natura Musical durante os dias 18, 19 e 20 de setembro para realizar um encontro com cerca de 70 mulheres da indústria cultural e musical.
Este ano, a conferência que seria realizada em março, foi repaginada e repensada diante dos desafios apresentados pela pandemia do Covid-19, e se materializa num evento com capacidade de atingir a um público maior e descentralizado. Dessa forma, se no ambiente físico a conferência atingia cerca de 6.500 pessoas anualmente, agora o céu, ou melhor, a internet é o limite.
Diante de tantas mudanças, a WME Conference este ano assumiu a tag RMX, em alusão à técnica dos DJs e produtores de música eletrônica de usar as mesmas bases para criar um remix, ou seja, uma faixa “nova” usando os mesmos elementos da música.
Nesta edição, a programação completa conta com 15 painéis, 8 oficinas e 8 shows, tendo a rainha Daniela Mercury como madrinha.
CONHEÇA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA WME CONFERENCE RMX:
Para trocas ainda mais amplas e potentes, as conversas serão sobre tendências de consumo de música, festivais, tecnologia, saúde mental, impacto positivo e sustentabilidade , pensando não apenas no futuro próximo, mas no presente. Para além de adaptações, precisamos de mudanças. E é sob perspectivas femininas que falaremos muito mais sobre tudo isso.
Para participar da extensa programação de painéis, workshops e momentos de networking, o valor do ingresso é de R$ 15 por dia.
SERVIÇO
WME CONFERENCE RMX
Data: 18, 19 e 20 de setembro Horários: sexta (18) e sábado (19), das 13h às 21h. Domingo (gratuito), das 16h às 21h. O conteúdo, exceto os shows, fica disponível por 30 dias após o evento. Show extra eQlibri: domingo, 11h, com Tiê (gratuito) – exibido nas redes de Eqlibri Show de encerramento Natura Musical: domingo, 17h às 20h30, com MC Souto, Xênia França e Céu. Exibido no YT de Natura Musical Ingressos: R$ 15 (válido para um dia). Compre aqui Todos os shows são gratuitos
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WME Conference
Vem aí WME Conference RMX: tudo sobre a edição especial do evento
Somos multi, somos múltiplas, somos muitas. Multiformatos, multiplataforma. Vem aí a WME Conference RMX: a potência da Conferência que você já conhece, com o alcance que só um evento com transmissão ao vivo pode ter.
Se em momentos anteriores repensar e renovar os formatos e ambientes de trabalho já era necessário, em tempos atuais, gerar debates e fortalecer o apoio entre mulheres do mercado musical são ações de extrema importância na criação de resoluções que proponham muito mais do que adaptações, e sim mudanças diante dos obstáculos e adversidades enraizadas nessa esfera musical e pandêmica, que precisa urgentemente enxergar os múltiplos recortes vivenciados por mulheres que trabalham não só em cima do palco, mas também daquelas que fazem acontecer no backstage. E assim foi criada a WME Conference RMX, uma edição especial realizada nos dias 18, 19 e 20 de setembro, totalmente estruturada para o universo digital através de transmissões online, proporcionando uma experiência potente e expandindo de forma viável para o público, convidadas e quem sabe, Brasil afora?!
Anote na agenda!
WME Conference RMX – 18, 19 e 20 de setembro
Durante 3 dias serão mais de 100 mulheres debatendo sobre tendências de consumo de música e de festivais, tecnologia, saúde mental, impacto positivo e sustentabilidade em eventos e muitos outros assuntos relacionados ao universo da música, tecnologia e negócios. Tudo isso com talks, workshops, shows e masterclasses que geram debates sobre soluções urgentes para o presente e o futuro próximo no mercado musical sob perspectivas femininas.
Divulgação da programação em breve! Ingressos disponíveis >> aqui <<.
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Acontece
Relatório da associação de gestão coletiva de direitos autorais mostra enorme brecha entre homens e mulheres
É um movimento sem volta: as mulheres têm falado cada vez mais alto — e cantado e composto e produzido — para conquistar seu justo espaço na música. Um cenário não isento de percalços e dados empíricos que mostram que o desequilíbrio histórico entre os gêneros na nossa arte mais popular ainda está longe de desaparecer. Em março passado, a União Brasileira de Compositores (UBC), maior associação de gestão coletiva de direitos autorais musicais do país, publicou o estudo Por Elas Que Fazem a Música, com indicações claras do tamanho do problema.
Entre os mais de 24 mil associados, apenas 14% são mulheres, que representam não mais do que 10% entre os maiores arrecadadores e recebem, em média, 28% menos do que os homens nas distribuições dos valores de direitos autorais.
Além da varredura dos dados dos titulares da associação, o projeto propõe ações para aumentar a participação das mulheres, estimulá-las a criar e produzir, bem como compartilhar suas histórias, com o fim de ajudar outras a ganhar visibilidade. Veja aqui como fazer sua inscrição gratuita e tornar-se uma associada.
“Em um mundo ideal, este tipo de ação não seria necessário. Observando superficialmente, podemos ser levados a acreditar que, por se tratar de uma expressão artística, a música é inclusiva e neutra com relação aos gêneros, mas os números não mostram isso. A indústria da música não é isolada do mundo em que vivemos. Logo, os desafios das mulheres dentro deste ambiente refletem os mesmos problemas enfrentados em um contexto social maior”, afirma Elisa Eisenlohr, coordenadora de comunicação da UBC e do projeto.
A atividade principal da UBC é a arrecadação de direitos autorais musicais. Sediada no Rio, e com escritórios em outros sete estados e no Distrito Federal, a associação é uma das sete que compõem o Ecad. Cabe ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição arrecadar os valores que devem ser pagos pelo uso de músicas em situações e atividades que são tidas como execução pública. Isso inclui a veiculação das obras na TV ou no rádio, a reprodução em serviços de streaming de áudio e vídeo, a execução em festas populares ou em ambientes variados como lojas, restaurantes, academias de ginástica ou quartos de hotéis, entre diversos outros exemplos. Se o Ecad arrecada os valores, são entidades como a UBC que os repassam aos seus respectivos titulares. Mas isso não é tudo o que a associação faz.
A promoção da cultura brasileira, o estímulo à criação musical e incentivos variados aos compositores e artistas integram o escopo da atuação expandida da UBC, e é nesse contexto que se insere o projeto Por Elas Que Fazem a Música. A expectativa é que a participação feminina se amplie exponencialmente. Para a UBC, não se trata somente de uma questão de justiça social. É pensar no mercado.
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Meu Estúdio
Produtora Luisa Puterman, atração do Dekmantel SP, fala sobre os equipos de seu estúdio
Quem se liga nos line-ups de festas de música eletrônica já deve ter trombado com o nome de Luisa Puterman nos últimos tempos. Escalada para o festival holandês Dekmantel, cuja edição paulistana acontece dias 4 e 5 de fevereiro, Luisa é produtora musical e sound designer cujos projetos exploram histórias, possibilidades, problemas e outros aspectos sobre composição e percepção sonora.
Ela estudou piano, entre outros instrumentos, e se graduou em história da arte pela PUC para depois se especializar em engenharia de áudio no IAV. “Som é um elemento central capaz de expadir conexões entre conteúdos científicos, filosóficos, místicos e cotidianos”, diz a produtora, que trabalha com som de forma interdisciplinar em projetos de cinema, publicidade, dança, instalação, performance e composição. Nos últimos anos participou de festivais, residências e exposições como o FILE, em São Paulo, Japan Media Festival, em Tóquio, FIVAC, em Cuba, Red Bull Music Academy, em Paris, OneBeat, nos EUA, Festival Primavera Fauna, no Chile, entre outros.
Conversamos com Luisa sobre os equipamentos que compõem seu estúdio de produção. “Esse lance de equipar um estúdio é um processo longo, infinito na real”, ela define. Saca só.
WME – Explique o seu setup, e fale sobre particularidades de alguns equipamentos que fazem parte dele.
Luisa Puterman – Meu setup varia um pouco entre o que uso no palco e o que o uso no estúdio de fato. MPC AKAI XR20; pedais; Roland (expandable synthesizer) XPS-10; violão; guitarra; baixo; teclado M-Audio 88 controlador; Logic Pro X; Pro Tools 10; Focusritte i818; Microfones, Mixer Behringer XENYX ; Ipad; Korg Gadgets; Animoog app; monitores KRK 5, monitore Samson ROSOLV 80a; fone audio-technica ATH-M30x e umas outras bugigangas…
Na verdade meu setup é bem básico se for comparado à maioria dos estúdios que vejo por aí. Fui reunindo esses equipamentos de maneira meio aleatória ao longo dos anos e muitas vezes não há uma razão específica de eles estarem aqui. Esse lance de equipar um estúdio é um processo longo, infinito na real e particularmente muito caro. Gosto muito do XPS10 da Roland, é bem instigante poder trabalhar com ele. Além de ser leve/portátil ele é muito versátil. Possui vários timbres e inúmeros parâmetros ligados a envelopes, espectros de frequência e sequenciadores. Uso primordialmente o Logic X como DAW e tenho explorado bastante os plug-ins da Izotope. Também possuo um banco generoso de sound effects, ambiences e field recordings, que apesar de não serem equipamentos são materiais sonoros que se bem manipulados/processados podem gerar resultados interessantes. Os aplicativos de Ipad também são boas ferramentas. Eles são capazes de emular muitos sintetizadores e drum machines que normalmente custam milhares de dólares. Além de ser um dispositivo portátil na maioria dos casos você pode exportar os áudios em alta qualidade. Ah, e claro, o flashback delay da TC electronic é um pedal foda! Vários modos, possibilidades de timbres e um design intuitivo. Acho bom quando os equipamentos são portáteis, pois dá para rearranjar o setup facilmente e às vezes também até levar o estúdio para viajar por aí, coisa que faço com bastante frequência.
WME – Como é o seu workflow (fases de composição e gravação, arranjo, corrente de processamento de sinal, etc…)?
Luisa Puterman – Meu workflow depende principalmente da natureza do projeto. Trabalho muito com trilha sonora e sound design no dia a dia. Dança contemporânea, cinema, publicidade, teatro, instalação sonora, cada disciplina requer um workflow diferente. Mas em geral eu saio tocando o que está ligado ou o que está na frente. Gosto muito de tocar… daí as ideias começam a se organizar e dependendo da referência dos clientes, parceiros ou do que estou em busca ou em pesquisa naquele momento vou seguindo um caminho natural de sobreposição de ideias. Normalmente saio gravando tudo o que me vem na cabeça, tipo 100 tracks até o processador travar e depois vou organizando a sessão. Mas às vezes também fico horas só no piano/teclado para achar uma harmonia. Ou as vezes parto de um sample/SFX e vou construindo em cima dele. Enfim cada vez mais me interesso por modos distintos de composição e produção e essas coisas dependem muito do projeto, das pessoas e mídias envolvidas e do prazo, claro…
WME – Qual o seu maior sonho de consumo em equipamentos ou ferramentas e porque?
Luisa Puterman – Ando me interessando bastante pelo mundo dos modulares, acho que tá no topo da lista atualmente. Seria massa poder explorar esse território. Acho que os modulares te apresentam outros modos de compreensão sonora, de relação mesmo com a ciência do som e da relação homem-máquina. Seria bom também ter uns periféricos analógicos para poder ampliar as possibilidades de gravação, mixagem e masterização: uns EQs, exciters, compressores etc… Acho que seria massa poder mesclar o analógico com o digital em todas as etapas de produção.
WME – Onde e como você começou a trabalhar em estúdio? Explique um pouco o seu processo de aprendizagem e trajetória.
Luisa Puterman – Comecei como autodidata quando tinha uns 15 anos, foi quando ganhei um Mac de aniversário. Como sempre estudei música e cresci tocando/compondo, foi com o Garage Band que comecei a explorar de forma bem ingênua as possibilidades de gravação e produção. Lembro de fazer uma trilha bem tosca para uma performance de dança ainda no Garage Band quando tinha uns 17 anos, um dos primeiros jobs. Naturalmente isso foi evoluindo e passei para o Logic, comecei a produzir bastante coisa MIDI, manipulação de sample e outros territórios eletrônicos.
Daí na verdade fui estudar história da arte na faculdade e piano no conservatório. Foi só depois da faculdade que fui de fato estudar engenharia de audio no IAV em São Paulo. Me formei lá no curso intensivo e fiz outros cursos de mixagem e masterização lá também. Cheguei a trabalhar um pouco com P.A e show, mas gostava mais da vibe de estúdio. A essa altura minha obsessão por arte e música foi se esparramando para os conhecimentos de áudio e engenharia. Flertei com vários estágios em estúdios de áudio de pós-produção de cinema e publicidade, mas a real é que esse mercado e panelinha de estúdio são bem fechados e não consegui entrar em algum lugar para trabalhar – além de também querer uma certa liberdade de tempo para tocar os projetos autorais. Então em paralelo a isso foram aparecendo projetos de trilha e sound design – e aos poucos foi rolando, fui equipando meu estúdio e acabou que tenho feito as coisas assim desse jeito.
WME – Quais as ferramentas ou características que você considera mais importantes em um estúdio?
Luisa Puterman – Nossa, difícil essa pergunta, pois acho que do jeito que o mercado de produção musical anda hoje em dia acho que em primeiro lugar seu estúdio tem que ser financeiramente coerente, pois infelizmente só ouço histórias de estúdios com dificuldades. Tenho pensado muito também que não existe um estúdio ideal. O estúdio no fim das contas é um reflexo de quem trabalha nele, uma extensão do corpo, então é uma coisa muito pessoal. Talvez o mais importante seja a vibe do lugar, essas coisas de energia. Você tem que se sentir bem no lugar pois as sessões de produção/mixagem são geralmente muito longas e na verdade música é para ser um lance legal e divertido no fim das contas. Mas, claro, um bom computador é essencial! Evita muito estresse e contratempos desagradáveis no cotidiano de um estúdio.
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Discote Básica
Coletânea Hystereofônica Vol. 1 reúne produções de mulheres brasileiras dos mais diversos gêneros
Vasculhar as inúmeras listas de melhores álbuns, produtores e DJs de 2016 é navegar por um labirinto do patriarcado – veículos importantes como o Resident Advisor e outras referências da música eletrônica internacional compilaram listas e listas de grandes DJs do ano citando pouquíssimas mulheres. Mesmo com a o enorme volume de produções inéditas lançadas nos últimos anos é muito comum ver a presença feminina ignorada nos balanços criativos do período.
Mas as mulheres estão por aí – nas pistas onde que você dança todo fim de semana, assinando as produções que embalam seu cotidiano, organizando selos, festas e festivais e trabalhando duro desde os bastidores até o mainstage. Um reflexo desse esforço pode ser ouvido na coletânea Hystereofônica, lançada pela label Tropical Twista e idealizada por Ágatha Barbosa.
A coletânea conta com 24 mulheres envolvidas no projeto, trabalhando desde a masterização e as gravações até a arte. A ideia é mostrar o trabalho de vários fronts femininos dentro da música eletrônica, e a força do projeto vem de sua diversidade – não existem sonoridades proibidas ou privilegiadas na seleção, que vai do “techno-samba” de Fresh Prince of Barão, de Érica Alves, até a vocalização desconstruída de Lori (a artista Leandra Lambert) e a bass music de BadSista.
A variedade de sons pode confundir quem inicialmente procura uma narrativa única dentro da coletânea, mas a multiplicidade de propostas e sonoridades que vão da pista à introspecção ajuda a mostrar que a cena experimental brasileira não se resume à dicotomia entre mainstream e underground. Não existem barreiras na hora da criação, e é refrescante ouvir sons tão diferentes entre si em um mesmo trabalho.
Entre os destaques, a coletânea conta com artistas como Bibianna Graeff, Andrea Gram, Renata Carnovale, Yule, Érica Alves e A Macaca. Para a artista Érica Alves, Hystereofônica é uma oportunidade de divulgar de maneira mais ampla o trabalho de várias produtoras brasileiras e fortalecer a cena independente. “Topei participar do projeto na hora em que a Ágatha veio falar dele. Tudo que for protagonizado por mulheres e/ou iniciativa de responsabilidade social eu tenho o dever e o prazer de fortalecer. Fico super honrada de a minha faixa estar entre essas artistas. Vida longa às mulheres na música”, diz.
Além da importância social da coletânea, é essencial que em uma cena na qual grande parte do público consome música eletrônica underground pelo filtro das festas existam também iniciativas, coletâneas e faixas que mostrem produções que podem ser ouvidas em outros contextos culturais e sociais. A pista é movimento cultural e floresceu muito em cidades como São Paulo nos últimos, mas ganha ainda mais variedade quando se alia a produções que atingem outros públicos e podem ser ouvidas por pessoas que não saem tanto de casa para dançar – ou, quando saem, gostam de se jogar em ritmos com BPMs menos tradicionais. Se depender da safra atual de mulheres que tocam e produzem, não vai existir espaço para mais um 2017 de listas de melhores do ano dominadas por homens.
Com o intuito de ser tornar o eixo central em torno dos eventos focados no universo musical feminino que surgem a cada dia no Brasil, o Women’s Music Event (WME) é uma plataforma de música, negócios e tecnologia vista por uma perspectiva feminina.
Seu objetivo é destacar a participação e promover a inclusão de mulheres no mercado da música, um setor ainda muito associado ao universo masculino. A iniciativa visa fomentar a união e a colaboração entre mulheres que já atuam no mercado da música e encorajar aspirantes a entrarem na indústria de forma mais assertiva.
A plataforma WME nasceu primeiramente em formato de conteúdo digital, através do lançamento do portal WME, com uma série de conteúdos exclusivos, como a série em vídeo WME Sessions, que estreia com show intimista da cantora paulista Tássia Reis.
O site ainda traz playlists, matérias, além de programas em vídeo e colunas fixas, como a Meu Estúdio, que destaca os equipamentos de estúdios caseiros e a rotina de gravação de produtoras de diversos gêneros musicais, a Mina de Ouro, que enfoca um lançamento musical bombástico por semana, a coluna Backstage, que trará entrevistas com mulheres que trabalham no mercado da música, entre outras seções fixas.
Além dos conteúdos atualizados semanalmente, o portal WME traz serviços, como uma agenda que agrupará os principais eventos femininos espalhados pelo mundo, além de uma ferramenta importantíssima que reunirá dados de profissionais da música do mundo todo, que poderão se cadastrar diretamente pelo site. Trata-se de um banco de dados inédito, que poderá alimentar a indústria da música com profissionais gabaritadas distantes a apenas alguns cliques de empresas interessadas em equilibrar a participação entre gêneros em seus quadros de funcionários.
A segunda etapa do lançamento do Women’s Music Event acontece em março de 2017, quando serão realizados os eventos físicos do WME, divididos em dois dias de conferências e duas noites de shows e festa em São Paulo.
A parte diurna do WME, que será realizada num dos edifícios públicos mais bonitos da cidade, a Biblioteca Mário de Andrade, irá abranger painéis sobre os mais diversos assuntos ligados ao universo musical, de negócios a tecnologia, além de workshops técnicos e showcases. No total, cerca de 50 mulheres, entre artistas, executivas, jornalistas, técnicas, engenheiras e produtoras irão palestrar nos 12 painéis e 6 workshops da programação.
A parte de shows se divide em duas noites. A primeira, focada no universo da música eletrônica, dará espaço para DJs e produtoras brasileiras, além de abrir um importante intercâmbio com disc-jóqueis e produtoras sul-americanas, sem esquecer de big names da Europa e dos Estados Unidos.
Na segunda noite, o palco do WME se abre para estilos diversos, de cantoras brasileiras a bandas. O line-up da conferência e das festas, bem como o detalhamento da programação de painéis e workshops, será divulgado nos próximos meses através do site WME, além dos parceiros de mídia, como os sites Music Non Stop e Popload, e as revistas TPM e Rolling Stone.
IDEALIZADORAS
O WME nasceu da união de forças entre a jornalista e DJ Claudia Assef e a produtora cultural e advogada Monique Dardenne, duas mulheres que trabalham há muitos anos na indústria da música e por isso mesmo entendem que algo tinha que ser feito para catalisar o processo de aumento da relevância e do protagonismo da mulher nesse setor.
Jornalista, escritora e DJ, Claudia é uma das mais respeitadas pesquisadoras musicais do país, além de ser publisher do site Music Non Stop e autora do livro Todo DJ Já Sambou. Monique é manager de artistas há 15 anos, foi também Label Manager da Plataforma Skol Music e diretora da webtv inglesa Boiler Room no Brasil, além de fundadora da MD/Agency.